A corrente do bem
- Marcela Barra
- 28 de ago.
- 2 min de leitura
O ser humano, por natureza, é um ser angustiado. Às vezes, essa angústia ultrapassa o limite do que conseguimos controlar e causa sofrimento intenso, manifestando-se por sintomas como: humor deprimido, perda de interesse por atividades antes prazerosas, insônia, dificuldades de memória e atenção, sentimento de inferioridade, autodepreciação e até pensamentos de morte. Para ser considerado um episódio depressivo, esses sintomas tendem a durar pelo menos duas semanas e, muitas vezes, não possuem uma causa identificável para quem os vivencia.
É importante diferenciar tristeza da depressão. Sentir-se triste diante de situações da vida — como o luto por alguém querido, o término de um relacionamento ou outras perdas — faz parte da experiência humana. Isso não é depressão, e sim tristeza, que nos ajuda a crescer e compreender a vida. A depressão, por outro lado, é diferente: os sintomas são persistentes, muitas vezes inexplicáveis e causam grande impacto na vida do indivíduo, prejudicando sua funcionalidade e dificultando suas interações com familiares e amigos.
A consulta em psiquiatria e saúde mental tem como objetivo ouvir e acolher quem sofre, criando um espaço seguro para que a pessoa se sinta encorajada a enfrentar essa batalha. Nem sempre a medicação é necessária; o médico avalia caso a caso e define o tratamento mais adequado para a singularidade de cada paciente.
Quando indicados e escolhidos conforme a características da depressão do paciente , os antidepressivos , antipisicóticos e estabilzadores do humor podem ajudar a equilibrar a química cerebral, aumentando a disponibilidade de neurotransmissores que regulam o humor. Isso pode melhorar significativamente a qualidade de vida, mas é importante lembrar que a medicação não muda quem a pessoa é. Ela atua nos sintomas, enquanto questões de personalidade e traumas podem ser trabalhadas em psicoterapia.
O tratamento da depressão é mais eficaz quando feito em equipe, com todos os elos que formam uma corrente — você, o médico, o terapeuta e, quando necessário, a medicação — trabalhando de forma integrada.

Compreendendo a Depressão e Tristeza na Arte:
As Vantagens de Ser Invisível (2012) (Filme e livro)
Mostra os desafios de lidar com traumas, ansiedade e depressão na adolescência.
Aborda a importância de amizades e apoio emocional.
“A Redoma de Vidro” – Sylvia Plath (Livro)
Um clássico sobre depressão e alienação feminina.
Retrata os conflitos internos e a sensação de vazio existencial.
“Educação da Tristeza” de Valter Hugo Mãe (Livro)
É um romance intimista e poético que explora a tristeza profunda como parte da experiência humana.
O livro aborda sentimentos de perda, solidão e introspecção, mostrando como a tristeza molda a percepção do mundo e a vida das pessoas.
Diferente de obras que tratam de depressão clínica, Valter Hugo Mãe foca na tristeza existencial, oferecendo reflexões sobre aceitação, memória e humanidade.

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